ROGÉRIO PAGNAN
PAULO PEIXOTO
ENVIADOS ESPECIAIS A CONTAGEM (MG)
A juíza Marixa Rodrigues retomou, por volta das 16h, o julgamento do goleiro Bruno e de mais três réus acusados do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, em junho de 2010.
Com a recusa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em aceitar a indicação de um defensor público após seus advogados abandonarem o julgamento, a juíza decidiu desmembrar o processo e dar um prazo de dez dias para que ele contrate novos defensores.
A data do novo julgamento ainda não foi marcada.
Já as defesas do goleiro Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão, Macarrão, da ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues Souza, Fernanda de Castro, decidiram seguir no julgamento.
Os advogados de Bola, Ércio Quaresma e Zanone Oliveira, deixaram o julgamento por não concordarem com o prazo de 20 minutos concedido pela juíza para os argumentos preliminares.
"Não temos a menor condição de trabalhar no julgamento em que a defesa é cerceada", disse Quaresma --advogado que, durante a fase de instrução do processo, dormiu e chegou a roncar, sendo advertido pela juíza.
O promotor Henry Wagner de Castro foi o primeiro a falar logo após a retomada do julgamento. Ele classificou o abandonado dos defensores de Bola como "desacato" ao colocar a juíza em "descrédito público".
Ele também pediu para que as fotos pornográficas de Eliza que estão no processo fossem retiradas dos autos. A juíza não manifestou a respeito.
PLENÁRIO
O plenário onde ocorre o julgamento fico no subsolo do fórum de Contagem, região metropolitana de BH. Por conta da ausência de ventiladores, o local está quente e abafado.
O goleiro Bruno Fernandes usa um uniforme laranja e está magro e com os cabelos curtos. Ele está sentado ao lado da ex-mulher Dayanne, que usa roupa branca.
Fernanda, então namorada do goleiro a época do crime, está logo atrás de Dayanne. Ela está de preto e usa óculos branco.
Macarrão deixou o plenário por volta das 15h50 após sua defesa alegar que ele estava passando mal, o que foi aceito pela juíza.
JULGAMENTO
O goleiro Bruno chegou ao fórum por volta das 8h45, junto com seu ex-secretário Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Segundo o promotor Henry Wagner de Castro, o julgamento deve durar de duas a três semanas, disse o promotor Henry Wagner de Castro.
Além de Bruno e Macarrão vão a julgamento o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Os três vão ser julgados por homicídio, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado de Eliza. Todos os réus negam a existência do crime, já que o corpo nunca foi encontrado.
Também vão ser julgados por sequestro e cárcere privado a ex-mulher de Bruno, Dayanne Souza, e a ex-namorada Fernanda Castro.
Eliza teria morrido porque queria que o ex-goleiro do Flamengo pagasse pensão para o filho, que até então ele não reconhecia. Em um vídeo feito em 2009, quando ainda estava grávida, ela dizia que Bruno ameaçou matá-la se ela não abortasse.
PICHAÇÃO
Em um muro de uma escola nas imediações do fórum, foi pichado a seguinte frase: "Bruno, me diga com quem tu andas que eu te direi quem tu és".
O fórum foi todo isolado. Somente pessoas credenciadas podem entrar, já que o local é acanhado, com pouca estrutura para acomodar as pessoas. A sala do Tribunal do Júri fica localizada no subsolo.
Por conta dessa dificuldade de estrutura, os muitos advogados discutiam entre eles por causa de lugar e reclamavam com a juíza da falta de tomada para ligar computadores.
Érico Quaresma, advogado do ex-policial Bola, reclamou das 53 credenciais para a imprensa, um para cada veículo, e as 20 credenciais para estudantes de direito, contra apenas 12 credenciais para os parentes --dez dos réus e dois da vítima. Os outros 120 lugares são completados por juízes, promotores e advogados.
Com informações da Folha de São Paulo
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