28 de nov. de 2012

Documentos revelam dados sobre prisão de ex-deputado na ditadura

 

Folhas estavam guardadas na casa do coronel Julio Miguel Molina.
Molina foi assassinado no início deste mês em Porto Alegre.

 

Documentos encontrados no Rio Grande do Sul revelam detalhes da prisão do ex-deputado federal Rubens Paiva, que desapareceu durante a ditadura militar. Maria Beatriz Paiva Keller, de 52 anos, chorou ao receber o documento oficial da prisão do pai, no Rio de Janeiro em 1971.

Os papéis, entregues também aos representantes da Comissão da Verdade, mostram o nome completo de Paiva, a data da prisão e os objetos pessoais que ele carregava, como carteira de motorista, cadernos e livros. “Muita tristeza, sobretudo a listagem de objetos que ele possuía na época. Reconheço alguns. Embora eu fosse muito pequena, alguns eu me lembro bem. Então é como se ele tivesse se materializado”, afirma Maria Beatriz.

Os documentos estavam guardados na casa do coronel do Exército Julio Miguel Molina Dias, assassinado no início deste mês em Porto Alegre. O coronel, de 78 anos, foi morto em frente à casa dele depois de trocar tiros com dois homens. Molinas estava chegando em casa de carro quando houve o tiroteio. A polícia investiga se foi tentativa de assalto ou se o crime teria outra motivação.

O militar reformado comandava o DOI-CODI, um dos principais órgãos de repressão da ditadura no país, no início da década de 1980, dez anos depois do desaparecimento de Rubens Paiva. “O mais surpreendente é este documento existir ainda. O mais surpreendente é existir com um oficial aposentado morando no Rio Grande do Sul”, afirma Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens.

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